sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Batidas incessantes e repetitivas ecoam em minha mente
Os olhos ardem, as costas doem, a mão já não sente
Você e todos em volta estão fadigados, mas contentes
A diferença é que alguns dos que aí estão mostram os dentes

Rima pobre, rima rica, rima indescente
Rimar é algo que realmente tira a seriedade
Rimar é algo tragicômico, pois também tira a qualidade

Rimar, ente, dente, pente, tente...
Descente, doente, sorridente, valente...
Só pra o ar cômico esconder a cólera
E pra ter força e seguir em frente.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O que a gente precisa nessa vida é frieza,
Frieza o suficiente pra ousar ir além
Sem medo de qualquer má consequência que ocorra
Sem medo do que pode vir ou do que vem

Nos momentos de maiores tensões, colocar a cabeça no lugar
Olhar ao redor acinzentado, dilacerado
E ter a frieza necessária pra pensar, pra racionar

Quando a complicação aparecer, averiguar e dirimir
Quando alguém atacar, defender, decidir
E sempre, sempre resistir
Com a cabeça no lugar ou no chão

No chão frio ou não
Resistir até o fim

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cansei

Já me cansei de contar com o bom-senso e tato das pessoas
Cada um vive na sua bolha, e ponto final.
Quem liga se sua bolha invade a bolha do outro.
Quem liga se sua bolha explode a bolha do outro.
Você liga?
Eu ligo. E tomo na cabeça por isso.
O que se espera após uma atitude?
Uma similar de volta, correto?
Errado. Eu espero sempre tomar na cabeça.
E assim vou vivendo.
Uma auto-enganação que manipula.
Que faz sempre esperar pelo pior
Para que o melhor pareça melhor ainda
Sendo que esse melhor é quase nada.
Cada um na sua (bolha).
E que se exploda (a bolha) ao redor.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Consumo Cultural

Você é o reflexo do material cultural que você consome.
Fato. O duro é tentar encarar cultura como produto de consumo.
O material cultural que você consome é determinado pelo meio.
Não tão fato assim. Mas é o que se vê por aí

Viva aos best sellers, aos super pops, aos mais vistos.
Viva ao total descontentamento humano.
Afinal, você "consome" o que te dizem que é legal
Ao invés de consumir o que realmente lhe interessa.

That's cool, that's fashion, that's life.
Viva ao caos completo instalado:
De pessoas artificializadas, desumanizadas...
De pessoas de reflexos idênticos.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Há quantas anda

A mim soa muito esquisito imaginar que existem pessoas essencialmente más.
Tenho o velho e mau hábito de acreditar que as pessoas são boas
Mesmo no fundo, lá no fundo. Mas algumas (ou muitas) delas não são.
Daí em diante é só decepção.

É incrível ver e egoísmo de algumas pessoas tomarem conta delas mesmas
A ponto até de prejudicar inocentes ao redor.
Essa não é minha vida. Esse não é meu mundo.

Nessas horas gostaria de ser mandado de volta...
Mandado para o lugar do qual vim
Onde as pessoas são minimamente parecidas comigo
Onde as pessoas possam acreditar que todo mundo é bom
Nem que for lá no mais profundo de suas almas.

Enquanto não consigo ser mandado de volta fico aqui...
Adoecendo a cada ato vil que presencio.
Sei que tenho meus defeitos, sei que machuco as pessoas.
Entretanto, não me lembro de ter feito isso conscientemente
Sobretudo buscando proveito próprio.

Eu não quero ver onde esse mundo vai parar.
Eu quero voltar para o meu mundo
E ver o que vai dar lá...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Milésimo a Milésimo

Sou de uma geração complexa
Uma geração que não sabe esperar
Antes o mundo vivia baseado em horas.
Hoje vivemos contando os segundos.
Cada um deles é mais importante que o outro.
Um segundo perdido não pode ser recuperado
E essa assertiva nos assombra, milésimo à milésimo
Sem cessar. Sem dar trégua.
Como um disco que nunca pára.

E ai de quem nadar contra a corrente.
Preguiçoso e vagabundo na pior das hipóteses
Afinal, cada segundo deve ser aproveitado ao máximo.
Ter calma é coisa de velho.
E ser velho não é legal.

Onde essa geração vai parar?
Será que vai sobrar tempo pra ela envelhecer?

Vento Frio e Seco

Gosto do vento batendo em meu rosto
É como se fosse minha outra parte
Meu alter ego livre e solto no mundo
Que vai nos lugares que nunca vou
E prova de experiências as quais sequer conhecerei um dia
Ele é livre. Eu não.

A cada novo encontro, uma nova sensação
Porém,uma coisa temos em comum:
Apesar de sermos sempre presentes
Somos sempre frios e secos

Um tufão de complitude sem fim.