quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Milésimo a Milésimo

Sou de uma geração complexa
Uma geração que não sabe esperar
Antes o mundo vivia baseado em horas.
Hoje vivemos contando os segundos.
Cada um deles é mais importante que o outro.
Um segundo perdido não pode ser recuperado
E essa assertiva nos assombra, milésimo à milésimo
Sem cessar. Sem dar trégua.
Como um disco que nunca pára.

E ai de quem nadar contra a corrente.
Preguiçoso e vagabundo na pior das hipóteses
Afinal, cada segundo deve ser aproveitado ao máximo.
Ter calma é coisa de velho.
E ser velho não é legal.

Onde essa geração vai parar?
Será que vai sobrar tempo pra ela envelhecer?

Vento Frio e Seco

Gosto do vento batendo em meu rosto
É como se fosse minha outra parte
Meu alter ego livre e solto no mundo
Que vai nos lugares que nunca vou
E prova de experiências as quais sequer conhecerei um dia
Ele é livre. Eu não.

A cada novo encontro, uma nova sensação
Porém,uma coisa temos em comum:
Apesar de sermos sempre presentes
Somos sempre frios e secos

Um tufão de complitude sem fim.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Alheio

É tudo alheio.
Um turbilhão de sentimentos emana de sua alma, perambula sobre seu corpo.
Entretanto, quando você tenta prender no papel, é tudo alheio.
Essa sede tremenda de aprisionar o que vivemos: registro.
Registro = vilão. Duro, frio, imparcial. Seco.
Você escreve tudo e quando lê não se vê.
Não é você ali. Não há você ali.
Quem está lá?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Mundo de Bocas Mudas

Meu mundo é um mundo de bocas mudas
Meus fones são meu cajado do poder
Com eles escolho quem fala, quem cala

Basta um simples movimento para que alguém articule coisas sem sentido, sem motivo
Basta este simples movimento para momentos sem incômodos, de pura introspecção.
Basta o tal “simples movimento” e você ganha atenção. Ou não.
Quem dera tudo no mundo fosse assim.

Porém, meus fones, são os fones do poder e da salvação.
São os fones da ilusão...

Ilusão = Bocas mudas que falam